sexta-feira, setembro 09, 2005

A Última Geração (Homenagem aos Amigos)

Amizade
Construção de identidade.
História
Dessa geração
Que marcou o Varjão.

Amizade
Que formou e forma
O caráter
De um grupo de amigos
Talvez o último
Com essa união.

Encaramos
Os momentos de mudança
E os enfrentamos
Da nossa forma (sem perceber)
E agora que os ventos de uma nova sociedade
Chegaram a cidade
Derrubando
A velha cidade operária
E ainda permanece
Esse grupos de amigos
Ainda um pouco reunido.

Nas ruas de paralelos
E nas casas de veraneio
Muitas história.
Muito futebol nessa rua
De outrora,
Sempre Aurora.
Quem era Aurora Silveira?
Porque não Rua dos Amigos!

Nessa rua e na praça,
Muitas histórias.
Muitas Brigas, Risadas, conversas
E peladas.

Os primeiros beijos nas meninas
Nas festinhas americanas
E de aniversário
o vôlei... e aquelas irmãs...

Naquele tempo,
Tínhamos nossos estádios
Eram até muitos
Onde a bola corria
Quase todo dia.

No verão e no inverno
Guerra de “tufts”
De mamona (que acabou)
E os piques
Que varavam a noite
E acabavam
Quando o bar fechava
Ou a mãe chamava
E também havia,
Muito suco de groselha.

Campeonato de Botão
E bola no portão
Os mais velhos reclamando
E a gente nem se importando.

O tempo foi passando.
Festas e noitadas
E as primeiras garotas

E de uma conversa
Surgiu nosso time de futebol
Durante três anos
Assombrando a região
O Expresso do Varjão.

Nas zuadas
Muita diversão
Bebedeiras, porres
E mulheres
Eram as nossas madrugadas

Só existimos enquanto indivíduos
Mas só somos alguém enquanto amigos
Que marcarão
a história do bairro e região

como não lembrar
das peladas de sábado
entre cônego e o varjão.
(nossos eternos fregueses)

Como não lembrar
Do bar do João
Lugar de encontro
Para nossas reuniões.
O que será desse bairro,
Um tanto modificado.

Nas férias em RZ
O varjão viaja
Da serra para o mar
Porque a galera toda ia

A cidade
se transforma
Mas a amizade permanecer
As palavras não dão conta
De homenagear
Os amigos.

Hoje cada um em seu rumo
Mas eu não esqueço
Os amigos
Do coração:
Bruno, Dudu,
Adriano, Cassiano,
Uruguai, Cazé
Vinícius, Wallace
Sthefâne
E não podemos esquecer
Hugo, Bil, Marcinho e Rodrigo

Talvez sejamos
A última grande geração
Desse lugar
Chamado
Varjão.


Eterna Amizade

Da Serra e do Mar
Do interior e da metrópole
Esse espaço,
A conexão de várias relações
E emoções
De várias pessoas convivendo
Hoje
Amigos
Para todos os momentos.

Das greves e paralisações
As aulas e palestras
Das festas, risadas e diversões
As reuniões e discussões
A amizade foi estabelecida
Entre os indivíduos
Apesar de muitos diferente
Que sem ser dar conta
Criou rituais e atitudes coletivas

Uma grande aldeia metropolitana
Com ares de um ar interior hi tech
Um mundo de diferenças
Que se constrói
Uma união
De várias gerações.

Entre os prédios, os paralelos,
as árvores, o verde e o mar
a constituição
de relações fraternas.
A convivência entre todos
Uma vida de aprendizado
Na convivência com esses meus amigos
Encontrados na beira da baía
Onde outrora um povo sorria.

Dos temas mais acadêmicos
As mais diversas divagações
Momentos contínuos de felicidade.

Alegria que contagia
Quando encontro tão forte energia
Concentrada nesse pequeno lugar.

Saltimbancos conflitos e confluências
Uma atitude formamos
Libertados das correntes
Ocupando essa Universidade
Formando uma forte comunidade
Quilombola e circense
Remamos contra maré
Da sociedade individual.
Quatro anos inesquecíveis
Que não devem terminar
Quando sairmos com Canudos,
Tamanha é a intensidade
E vivacidade
Dessas amizades
Que deslocaram
O eixo da terra.

Frente a essa urbis paranóica
Nossa comunidade delirante
Fez crescer vários expoentes
Criando momentos
Que marcam
Para sempre:
Festas, rodas de samba,
churrascos, semanas, Cervejas,
aniversários, piadas, Risadas,
Futebol, Sangue e Suor, Pé Preto, Copa de Golzinho,
Viagens, Calouradas, Greves,
debates, palestras, seminários,
DA, assembléias, Passeatas, atos...
Constantes vitórias

Mais forte que as forças da natureza
É amizade
Dessa comunidade:
Tunico Palana, o Grande Mestre
e Camila, a sacerdotisa
Raquel Índia(Camarada da Serra)
Lessinha, “Craudinha”,
Chuchu, Camille, Gnomo e Sabrina,
Marília, Fernanda e Wladimir
Sergio e Carol
João Fox, Aline, Gil e Jefferson
Rodolfo, Bruno Pantrho, Night Club,
Carol Malabar, Natália e Mineiro
Saulo, Bruner, Marlon, Marcos e Miguel
Tumati, Humberto, Maria Clara
Tati e Betão Golden Cotoco
Glauber, Fábio Flu, Romário,
Gaúcho e Leandro.
E a galera da Antiga,
Pequeno e Janaína,
Andrezinho, Mari F, Augusto, Carla.
Uma homenagem a esse eterno tempo
A esse eterna amizade
Que insisti em existir
Apesar desta sociedade.

Rômulo de Souza Castro (8º Período
)

Caboclo Brasileiro

A dor
Ardor
Nas avenidas de concreto
Que cortam as capitais
O trabalhador brasileiro
De raça e de labuta
Tem muita valentia.

Sobrevive no dia a dia
Da opressão das cidades
Entre os edifícios
Corre na sua luta diária
Carregando papelão
Pelas avenidas
Compete com os carros
Dos executivos, capitalistas e políticos
Que o jogam na miséria

Caboclo brasileiro
Com o sangue de zumbi,
Manoel Congo, Domingos Passos
Bacuri,
De milhares de indígenas mortos,
De milhares de negros, mulheres
Desempregados e operários
Sobrevive no capitalismo selvagem
Do império do submundo
Chamado Brasil

Vive sobre as agruras
Dos políticos
Hoje dirigido pelos que um dia falavam em seu nome
Com interesse em alcançar o poder
E domesticar o caboclo brasileiro
Transforma-lo de matuto em homem cordial
Pronto a entregar seu poder numa cédula
Ou numa tela.

Mas o caboclo brasileiro
Vai aprendendo a resistir,
E resiste
Aprende da sua luta
Essa democracia é opressão
(não vale nada)
O voto sua legitimidade

A cidade
O enclausura,
O sufoca.
Mas uma miríade
Cresce na opressão,
Acreditar na libertação.
Não através de deputado, empresário..
Mas na luta do dia a dia
Com sua própria mão.

No ombro a ombro,
Braço a braço,
Punho a punho

Onde aprende a resistir
Construindo sua vida
Com suas próprias mãos
Com muito trabalho, diversão e pão

É importante
Perceber
Que de deputado e deputada
Não virá sua libertação

Não adianta se iludir
Com as migalhas dos patrões
(seja do planalto ou local)

quarta-feira, setembro 07, 2005

O TRABALHADOR

O trabalhador

Amanhã
De manhã
Vou acordar
Para trabalhar
Com disposição
Para quando chegar
A noite, eu cantar
Meu samba
Com muita entonação
E fazer para essa imensa nação
Uma linda canção.

Esse povo da labuta
Que sofre, que luta
Se diverte
Quando escuta
A bateria quente
E o samba lá na rua
Eta povo contente
Que arrepia a gente
Nessa luta
Do dia a dia

No fim do mês
Um imenso aperto
Só tem para condução
E fica vendo na televisão
Aquela gente
Cheio de grana
Que parece mais uma ilusão

Trabalha a vida toda
E ganha menus que artista no mês
E jogador de futebol
Lá do meu time.

Hoje tó cum 60anos
E ainda trabalho na construção
Meus filhos também tão nessa luta

Desanima moço!

Não dá mais para sofrer tanta humilhação!
O governo não quer saber de nóis
Só dos ricos!
Só meu samba moço
Lá na roda no terreiro
Com meus cumpadi

Meu neto
Te um sonho
Entrar na faculdade
Mas eu disse para ele:
Nesse brasil
Faculdade é pra quem tem grana
Para eles, nóis temos que cortar grama
Aí, ele, 16 anos, ficou triste
Mais num desanimou não
Entrou para esse negócio de agitação
Esse negócio de greve, de passeata
Aí, eu falei: isso não dá certo

Mas ele me incheu de esperança,
Falou da resistência de nóis,
E dos povo que lutaram muito na vida
Dos ideal de igualdade
E fim da pobreza

Aí, aquele dia fui pru terreiro
Com muito empolgação
E cantei com exaltação
Um samba para essa nação
Pro povo trabalhador
Da cidade e da roça.

Sabe moço,
Nóis somos povo de luta
Que vive na labuta.
Povo da lida,
Do trabalho
Pra consegui nosso cascalho
Pois nóis que constrói esse Brasil
Não temos direito pra nada, não
Mais somo feliz.

Esse moleque!
Que brilho nus olho.
Sabe, torço muito pra esse menino
Todo dia ela conta uma história
Daquelas, um tal de Che
Sabe, isqueci de contar
Ele e sua mãe, minha filha, mora comigo mais a veia
Seu pai morreu...
A violência sabe moço, num era bandido não
Homem honesto trabalhador.

È um grande menino
Vale ouro
Esse José

Tenho mais dois filho
Num casaram ainda não
Também são trabalhador
Trabalha todo dia nesse calor

Garoto bom...
Um dia me pediu pra ir no samba
Aí, levei com muito orgulho,
(é a renovação)
Ele gosta,
Diz que temos que valoriza
Nossa cultura.
Um dia desses , levou uma mulecada
Lá pro samba
De vez em quando volta lá,
Disposto a cantar
Eu gosto muito.
São esse pessoal
Di agitação, desse negócio
De movimento social
Sabe, tô gostando desse pessoal
Dá uma alegria danada
Tão dispoto a nus ouvir
E ainda gosta de um samba

Esse pessoal sempre lá na rua
na manistação
lutando! Tô gostando, sabe!
Até tô começando a ir nessas coisas

Moço,
cada dia
fico mais feliz
vejo uma amor
e esperança nos olho
dessa molecada,
na minha idade
a esperança já se foi na luta.
Tanta decepção!

Que orgulho do meu Josê
Menino muito querido
estudioso também,
nóis faz um sacríficio,
sabe!
Para ele num trabalhar,
que entra lá na faculdade du governo,
ele fala que nóis,
temos que lutar pra ter educação

Sabe(chorando)
eu quis estuda, mas sabe como é
a vida é dura.

Queria também vive do samba
mas, num dava para sustentar a família.
Me dá uma tristeza
quando vejo, essas porcaria
no rádio e televisão.

Meu neto fala
que os donos de gravadora
só querem dinheiro.

Mas tô orgulhoso
a roda de samba
tá cheia,
dessa gente nova
disposta a trabalhar
e a aprender com a gente

eu tô muito alegre
sabe moço,
votei nu Lula
mas
tô gostando não
ele num tá melhorando nossa vida não,

nosso arroz, feijão
só faz aumentar,
e o pão?
Assim num dá mais não.

Mas tô esperando
meu neto também,
mas ele fala que temo
que mobilizar
tipo aquele sem-terra

Tem muito menino bão,
nesse país,
mas fico triste,
a maioria vai fica no meio du caminho

Fico triste sabe,
num tem escola, nem faculdade
pra pobre não
pra num ficar mais triste
vou lá pro meu samba
canta os males espante
e mostra pro povo da labuta
que nessa vida
a gente é de luta

A gente precisa nus movimentar
porque os ricos e governo
tem pena da gente não
temos que ir pra rua
Meu neto,
(menino bão)
me ensinou muita coisa!
Hoje toco meu samba
mais alegre,
com mais vontade.

fico feliz
quando ele fala que aprendeu
muita coisa
com esse veio aqui
(sorrindo)
Fico orgulhoso
pois ele me dá valor.
Pois nóis trabalha
a vida toda
e num temo recompensa não,
a gente trabalha,
sofre, e que aproveita a vida
é quem fica sentado na cadeira

Sempre falei pra ele
ter no coração muito amor
e dedicação
e também honestidade
e hoje ele fala que quando ve todo esse povão
desse “brasilzão”
sofre
(lágrimas escorrem pelos seus olhos calejados da vida na luta)
ele te muita indignação
mas que tem muito amor
o que faz ele lutar
por esse povão.

Final de semana
tem mais samba
se achegue lá,
para canta com a gente,
com muita inspiração
e empolgação.
Força meu povão
que a luta é difícil
mais não impossível
pois nóis que construímo
esse Brasil de meu Deus.

Se achegue pra essa luta
pra transforma esse Brasil,
num te medo não,
nóis somo mesmo da labuta
não fujimo da luta
que o amanhã nus aguarde.

sábado, setembro 03, 2005

ALAS 2005 - Para sempre

Eta Mundo!
Que corre! Que vira! Que muda!
Viva as amizades
Que com elas crescemos

Amizade
Solidariedade, confiança
Lealdade
Sinceridade
O que falta nas cidades

Mas do Rio a Porto Alegre
Passou
Uma milícia
Uma banda
De heróicos artistas e lutadores
Prontos a transformar
As decadentes cidades
E sociedade

Extraordinárias
Pessoas
Que deixam a beleza do pôr-do-sol
Seja na UFF ou no Guaíba
Obscurecidas

Enfurecidade
Verdade
Que dos pampas
Voltou
A amizade mais forte e duradoura
Que aço e diamante
Resistente a qualquer Tsunami

Nesse momento
Já no calor e poluição
Desse Rio de Janeiro
Na beira da baía
Onde sempre os encontro
Uma dor intensa explode em meu peito
Tristeza e alegria

A viagem
Deixou mais forte, mais intensa
Mais profunda

Laços nos configurando como grupo
Marijuana, futebol, samba, funk,
Rock, política, ciência, diversão,
Cerva, vinha, compreensão e zoação.

Solidão não é comigo
Adoro meus amigos

Onde frio era intenso
Cadê café no MAC’URGS
Era uma intensa comemoração
Pronto a aquecer
A nossa amizade
Com gostosas risadas
Em tão fria cidade.

Os ventos dos pampas
Batiam trazendo o frio
E nós nos aquecíamos
Na intensidade
Das bebidas,
Dos casais se formando
Das zoações e fumaças rolando

As emoções vem a tona
Quando a permanência vai acabando
Mais os laços não...

As lágrimas ficam presas,
Não saem,
As lembranças dos momentos
Vêm a tona
O coração bate forte no peito
Por essas maravilhosas pessoas
Amigos do peito, pessoas que admiro
Da velha guarda
Aline,
João Fox, Guga
Sergio, Carol, Betão
Glauber, Sorín, Romário,
Tomate, Tunico, Camila,
Raquel Índia, Camille, Raquel,
Natália, Carol, Ruy,
Bob Marlon, Rafael, Bruner.
E a galera que chegou arrepiando
Xeropa, Mariana, Lívia, Lucas, Fred
Daniel Voltaço e Andréia Delegada
Frodo Bolseiro (Balança o Coração da Gente)
A galera que conheci melhor
Dread, Calado, Jesus,
Fernando, Manja, Jonathão,
Bianca, Najara

Grandes pessoas, amigos
ALAS 2005, possivelmente a última,
Mas inesquecível

Rômulo de Souza CastroNiterói, 01 de Setembro de 2005