A dor
Ardor
Nas avenidas de concreto
Que cortam as capitais
O trabalhador brasileiro
De raça e de labuta
Tem muita valentia.
Sobrevive no dia a dia
Da opressão das cidades
Entre os edifícios
Corre na sua luta diária
Carregando papelão
Pelas avenidas
Compete com os carros
Dos executivos, capitalistas e políticos
Que o jogam na miséria
Caboclo brasileiro
Com o sangue de zumbi,
Manoel Congo, Domingos Passos
Bacuri,
De milhares de indígenas mortos,
De milhares de negros, mulheres
Desempregados e operários
Sobrevive no capitalismo selvagem
Do império do submundo
Chamado Brasil
Vive sobre as agruras
Dos políticos
Hoje dirigido pelos que um dia falavam em seu nome
Com interesse em alcançar o poder
E domesticar o caboclo brasileiro
Transforma-lo de matuto em homem cordial
Pronto a entregar seu poder numa cédula
Ou numa tela.
Mas o caboclo brasileiro
Vai aprendendo a resistir,
E resiste
Aprende da sua luta
Essa democracia é opressão
(não vale nada)
O voto sua legitimidade
A cidade
O enclausura,
O sufoca.
Mas uma miríade
Cresce na opressão,
Acreditar na libertação.
Não através de deputado, empresário..
Mas na luta do dia a dia
Com sua própria mão.
No ombro a ombro,
Braço a braço,
Punho a punho
Onde aprende a resistir
Construindo sua vida
Com suas próprias mãos
Com muito trabalho, diversão e pão
É importante
Perceber
Que de deputado e deputada
Não virá sua libertação
Não adianta se iludir
Com as migalhas dos patrões
(seja do planalto ou local)
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